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A Assetz Expert Recruitment promoveu na última sexta-feira (13) sua primeira Confraria de CFOs de 2020. Para esse ano, a consultoria de recrutamento e seleção traz novidade ao formato do encontro: a Confraria contará com a presença de convidados especiais que compartilham suas vivências e aprendizados sobre o tema em questão.

A primeira edição do ano teve como pauta “A nova era digital e seus impactos nas estratégias do CFO” e foi liderada por: Fábio Carneiro, diretor do CFO Program do Brasil e da Deloitte Private Companies; Cleber de Sousa, Diretor Financeiro e de Finance Transformation na The Heineken Company; e Sidinei Righini, ex-CFO e ex-CIO do Aché Laboratórios e atual Diretor Presidente da Magenta Participações.

Felipe Brunieri, headhunter e sócio-fundador da Assetz, abriu a discussão falando sobre a importância da troca de experiências entre executivos de C-Level e destacou ainda um breve perfil das empresas representadas pelos painelistas convidados. “Para que o encontro abordasse diferentes perspectivas, a Assetz convidou speakers com visões de mercado distintas: uma consultoria, uma grande empresa multinacional e uma farmacêutica nacional”.

Cleber Sousa, foi o primeiro a expor os desafios encontrados ao implementar o processo de Finance Transformation na Heineken. O executivo atua na empresa Holandesa desde 2012 e contou que no início não havia muita necessidade de inovar, o próprio produto já trazia os resultados esperados à cervejaria. No entanto, depois do processo de aquisição da Kirin sua vida mudou radicalmente “o Brasil passou a ser a maior operação da empresa, então, já iniciei o projeto de transformação com o desafio de virar um case a ser implementado pelo resto do mundo”.

Quando o projeto foi dado ao executivo, ele foi buscar referências de mercado para que o novo modelo de gestão de equipes e resultados fosse implementado da melhor forma “tivemos o cuidado de visitar grandes empresas como Unilever, mas sem deixar de fora as startups. Nosso objetivo era saber como o mercado lida com desafios parecidos com os nossos; e só depois disso eu tive clareza para estabelecer processos e um cronograma”, lembra Cleber.

Foi assim que a definição de um propósito chegou e, logo após, foram estabelecidos três pilares a serem trabalhados “para obtermos sucesso foi preciso ouvir as dores de diferentes áreas, prática muitas vezes não usual para um profissional de Finanças”.

Agora com a operação já redonda, com os resultados já aparecendo, Cleber compartilhou com os participantes alguns aprendizados: “Transformação não é receita de bolo e também não precisa necessariamente ser ousada ou extremamente disruptiva. Um de nossos projetos, por exemplo, foi a implementação do home office. Para muitas empresas pode soar conservador, mas para uma cervejaria holandesa foi um grande passo em direção à modernização e otimização de orçamento”.

Por fim, deu dica àqueles que estão passando por situações similares onde atuam: “Quando não sabemos o que fazer, é necessário implementar processos claros. Caso contrário, todo o esforço cairá no esquecimento”. Além disso, ele reforçou que “o processo de transformação é uma jornada que nunca termina”, finalizou o CFO.

Quem deu sequência ao encontro foi Fábio Carneiro. O diretor do CFO Program do Brasil e da Deloitte Private Companies trouxe em primeira mão alguns resultados da pesquisa CFO Survey 2020 e dados bastante impactantes como a revelação de que é alta o percentual (em torno de 72%) de executivos de Finanças entrevistados que ainda não sabem ou desconhecem a potência das novas tecnologias.

Fábio trouxe exemplos de jornadas de transformação em algumas empresas e retomou o tema sobre importância da definição do propósito: “Para que a área de Finanças tenha o apoio das demais áreas da organização, é preciso definir propósitos que tragam tranquilidade às pessoas, como “demissão zero”, por exemplo”.

Em seguida, Fábio reforçou a importância da transformação digital no mundo corporativo “Além disso, quando pensamos em tecnologias que permitem a transformação Financeira ou Robótica (RPA), como cloud, analytics ou robotic process automation, temos que ter clareza sobre qual se adequa melhor à realidade da sua empresa antes de iniciar qualquer processo”.

O executivo complementou seu discurso com um painel contendo 23 traços do DNA digital para empresas que estão iniciando suas jornadas “é possível trabalhar, no máximo, dois ou três traços simultaneamente, mas é importante dizer que assim que colocados em prática, um acaba puxando o outro”.

De acordo com a Consultoria, há três principais traços:

1. Democratização da informação;

2. Falhar cedo, rápido para aprender o quanto antes;

3. Disrupção contínua.

“Hoje vemos que as empresas estão começando a perder o medo de RPA, mas na minha visão 80% do mercado ainda está engatinhando. Quando falamos em Finance Transformation, ainda há um longo caminho a ser percorrido”, finalizou Fábio.

Quando Sidinei Righini assumiu a discussão, reforçou os ensinamentos obtidos na antiga cadeira que ocupou na Aché, a de CIO. “O que todo CIO gostaria de ouvir de um CFO é ‘me deixa tentar fazer’. Com certeza os profissionais de tecnologia teriam mais aberturas nas organizações se fizessem pequenos testes e mostrassem aos poucos os resultados,  mas não é o que acontece na prática”.

Segundo o executivo, a maioria dos CIOs por serem muito técnicos, não sabem falar a mesma linguagem da empresa, por isso os projetos não andam. “O que eu aprendi quando desempenhava esse papel foi basear os meus argumentos nos riscos, não no retorno financeiro. A mudança de um servidor, por exemplo, nunca irá se pagar, mas se mostrarmos os impactos no negócio por uma possível parada na produção já é o suficiente para convencer a alta cúpula”.

Sobre transformação digital, o atual Diretor Presidente da Magenta Participações disse que o principal desafio em uma empresa familiar é mostrar que é possível fazer diferente. “Para eu ganhar espaço tive que trabalhar diretamente na melhoria da qualidade dos dados internos e ajudar na tomada de decisão assertiva. Isso me trouxe aliados de diferentes áreas e não foi preciso cortar pessoas – pelo menos não no primeiro momento”.

Para uma empresa farmacêutica um dos principais gargalos em termos de custo são as visitas médicas. “Entendemos que elas são importantes para o negócio, mas começamos a implantar um modelo de visita virtual que rapidamente caiu no gosto de médicos mais jovens”.

Com a implementação do uso da nova tecnologia o Financeiro pode ajudar o Comercial a analisar os dados de mercados onde os representantes ainda não chegavam. “Com a implementação de inteligência de dados nesses ativos todos puderam colher bons frutos”, finalizou Sidinei.