A automatização de tarefas vem redefinindo o papel dos executivos financeiros, exigindo que eles liderem tanto equipes humanas quanto tecnológicas. Em nossa pesquisa “O Perfil do CFO no Brasil 2023”, realizada em parceria com o Insper, destacamos como os CFOs (Chief Financial Officers) têm enfrentado demandas cada vez mais abrangentes, expandindo seus horizontes para além das funções tradicionais da área financeira.

De acordo com o estudo, 33% dos CFOs apontam que a principal expectativa dos CEOs em relação a eles é que atuem de maneira mais estratégica e colaborativa com as demais áreas da empresa. 

À medida que suas responsabilidades aumentam e seus escopos se ampliam, a automatização de processos surge como uma aliada valiosa para reduzir as tarefas mecânicas, liberando tempo e energia para se concentrar em questões estratégicas.

Fabiana Dias, Business CFO da Oxiteno, enfatiza que as novas tecnologias não apenas beneficiam a área de Finanças, mas também toda a organização, otimizando um dos recursos mais preciosos: o tempo. Ela destaca que a automatização também contribui para um ambiente de trabalho mais envolvente e eficaz na tomada de decisões.

Para Helio Barone, CFO e Diretor de Planejamento Estratégico da Alelo, a automatização oferece oportunidades significativas para a área de Finanças, incluindo a padronização de processos e ganhos de eficiência. Ele observa que a automatização permite que os CFOs e suas equipes se concentrem em tarefas analíticas, passando do papel de executores para analistas e, assim, propiciando maior capacidade para gerar negócios e tomar decisões informadas.

Com o avanço da inteligência artificial (IA), como exemplificado pelo ChatGPT, as atividades automatizáveis se expandirão além das tarefas rotineiras. A IA não se limitará apenas à execução de tarefas fixas, mas também desempenhará um papel crucial na análise de dados, identificação de insights e padrões, permitindo que os CFOs dediquem mais tempo à gestão estratégica e operacional das empresas.

A automação também impacta a gestão de equipes financeiras. Ela não desumaniza o processo, mas, pelo contrário, possibilita que os profissionais se concentrem no desenvolvimento de suas habilidades e competências. 

De acordo com o relatório “The Future of Jobs 2020”, do Fórum Econômico Mundial, habilidades comportamentais como resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade são cada vez mais valorizadas, superando as habilidades técnicas.

Sergio Duó, CFO da Lorenzetti, destaca que a implementação de robôs e IA nas finanças está causando um impacto irreversível, permitindo que os colaboradores assumam papéis mais estratégicos. Isso inclui a preparação de profissionais para futuras lideranças, a fim de promover um ambiente de aprendizado e colaboração.

A automatização de tarefas repetitivas já está em pleno vigor e tem proporcionado eficiência às empresas. No entanto, para liberar tempo relacionado a atividades mecânicas, as organizações precisam avançar em sua maturidade tecnológica. 

A pesquisa revelou que a maioria dos CFOs percebe um nível médio de maturidade tecnológica em suas empresas, destacando a necessidade de investir em tecnologia para aproveitar ao máximo a automatização.

Mas, uma vez que a maturidade com as novas tecnologias seja nivelada, o tempo dedicado às tarefas mecânicas fica livre para que os CFOs consigam investir em seu desenvolvimento profissional, com participação em cursos e eventos, ampliação de suas redes de contatos e oferta de mentoria a outros profissionais. 

Além disso, as competências técnicas e comportamentais se tornam essenciais para o CFO moderno, que agora desempenha um papel analítico crucial, entendendo não apenas números, mas também a lógica de programação e as tecnologias que podem transformar a empresa.

A automatização está mudando a paisagem financeira das empresas, o que tem permitido que os executivos de Finanças se concentrem em análises mais profundas, tomadas de decisões estratégicas e desenvolvimento de carreira. É uma transformação que traz consigo a promessa de um futuro mais inovador e orientado para resultados no mundo financeiro.