Um famoso ditado diz que “se conselho fosse bom, a gente vendia”. Porém, analisando a qualidade de muitos profissionais que se reúnem para estabelecer diretrizes de um planejamento estratégico em uma empresa, torna-se evidente o quão valioso pode ser um Conselho. E, para o Executivo que escolhe assumir essa missão, os honorários podem ser, sim, bem vantajosos.

A remuneração é um estímulo para Executivos que queiram seguir nesta carreira, já que a média salarial dos membros de conselhos consultivos e de administração estava entre R$ 10 mil e R$ 15 mil por reunião em 2020, segundo o levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). 

Há uma década, posições e honorários desse nível ficavam restritos a profissionais mais experientes, mas atualmente é possível notar uma presença crescente de Conselheiros mais jovens e com diferentes históricos profissionais, e as oportunidades não se encontram apenas em grandes organizações.

Nesse cenário, as habilidades dos CFOs têm sido cada vez mais demandadas, tais como visão abrangente sobre o negócio, capacidade de compreender como cada decisão pode ter impacto no desenvolvimento da organização e profundo conhecimento sobre as melhores práticas de governança.

Os Conselhos de Administração contam, pelo menos, com um CFO, uma vez que este Executivo tem um vasto conhecimento sobre as responsabilidades do cargo, os riscos e as oportunidades no processo de tomada de decisão. Ademais, muitos destes profissionais lideram Comitês internos, como os de Fusões e Aquisições, Finanças e Auditoria, assuntos com os quais possuem grande familiaridade. 

Além da remuneração, a experiência de atuar como Conselheiro pode ser um diferencial importante na carreira do Executivo de Finanças, seja em um Conselho Consultivo, Fiscal ou Administrativo. 

O CFO pode também beneficiar-se da troca de conhecimento com profissionais que atuam em outras áreas de uma organização, como Marketing, Logística e Operações, contribuindo para o desenvolvimento de uma visão corporativa mais global, além de aprimorar sua visão de negócio. Outro ponto interessante para o profissional é buscar uma cadeira em setores diferentes daqueles em que trabalha no dia a dia. Afinal, esta experiência é sempre bem-vista pelo mercado.

O Conselheiro não precisa se dedicar todos os dias do mês a esta atividade, o que torna a função uma ótima oportunidade para quem procura ter mais flexibilidade, autonomia e uma carreira de longa duração. Todavia, se pretender aumentar a remuneração, o Executivo terá de assumir mais compromissos, participando do cotidiano da organização constantemente. Nesse contexto, o Conselho de Administração tende a ser a melhor opção, uma vez que os membros deste grupo possuem responsabilidades similares às de um diretor.

Para começar a carreira de Conselheiro, uma boa alternativa é se tornar membro de um Conselho Fiscal, responsável por acompanhar os atos dos administradores e verificar o cumprimento dos deveres legais e estatutários. Este pode ser um dos caminhos para ganhar experiência antes de ingressar em Conselhos de Administração, que visam tomar decisões estratégicas sobre o futuro do negócio e monitorar o trabalho da diretoria, verificando o que é feito para alcançar as metas.

Outra opção é fazer parte de Conselhos Consultivos de organizações menores, em fase de crescimento e profissionalização. Soft skills como comunicação e senso de colaboração são fundamentais para o sucesso nessa jornada, pois os CFOs não estão lá com o dever de liderar, mas sim de escutar e ter uma visão do todo. Neste caso, a remuneração é menor, mas o risco também diminui.  

Com mais Executivos buscando vagas em Conselhos, a tendência é que a competição pelos assentos aumente, assim como o nível de exigência durante as reuniões. Logo, deve-se estar sempre preparado para permanecer no cargo, atualizando-se e constantemente avaliando o setor em que a organização está inserida.